Terão sido os cuidadores de Santino no jardim zoológico que detectaram o comportamento estranho. Antes da abertura, de manhã cedo, o chimpanzé recolhia pedras no seu recinto. Santino estava calmo e conseguia reunir uma quantidade razoável de munições. Os ataques só aconteceriam horas mais tarde e, nessa altura, Santino já estava num estado bem mais agitado. A história serviu para Mathias Osvath, cientista da Univerisdade de Lund, demonstrar que estes animais são capazes de prever acontecimentos, um dado que ainda não tinha sido possível provar.
Há outros dados que reforçam a teoria da premeditação como, por exemplo, o facto de Santino não ter este tipo de comportamento na altura do ano em que o zoo está fechado. O chimpanzé terá mesmo desenvolvido uma técnica para fazer "descolar" pedaços de cimento que depois eram usados como arma de arremesso. Este tipo de planeamento de acção pressupõe uma complexa forma de consciência em primatas, nomeadamente a que permite distinguir entre a informação fornecida pela memória e a que é fornecida pelos sentidos. Os investigadores acreditam que estes estados de consciência podem ser encontrados noutros chimpanzés e mesmo noutras espécies animais como os golfinhos.
- In “Público”