terça-feira, 13 de outubro de 2009

Proibição de animais exóticos em circos

Depois da polémica em relação ao papel que os animais tem na nossa sociedade e ao devido tratamento e direitos que devem ter, foi finalmente aprovada uma lei que proibe animais exóticos em circos. A lei visa também a proibição da venda de animais exóticos e venenosos, como répteis de grande porte, nas lojas de animais. E, em relação aos circos, a proibição passa pelos elefantes, felinos de grande porte, rinocerontes, ursos, por aí fora. Os que já se encontram nos circos têm permissão para aí ficar até ao fim das suas vidas, porém têm de ser registados num prazo de noventa dias, se não estou em erro. Julgo que o mais correcto a fazer após esta lei sair, seria encaminhar as espécies de animais abrangidas pela lei e que já se encontram nos circos para santuários, de modo a passarem o resto das suas vidas num local onde pudessem disfrutar de outras condições, ainda que não as ideias, mas ainda assim, melhores. Victor Hugo Cardinalli já expressou a sua indignação, dizendo que paga o justo pelo pecador, pois há circos com más condições mas no dele os animais são muito bem tratados... Agora digam-me a mim onde fica a ideia de justiça de um homem que maltrata e abusa animais para entretenimento e para ganhar dinheiro. É ridículo dizer que os trata bem porque NENHUM animal, e muito menos animais de um porte tão grande quanto os que possui, está bem tratado e feliz dentro de uma jaula. A jaula até pode ser grande, ser limpa dez vezes ao dia. É uma jaula, não é uma savana africana (falando nos leões). Espanta-me como muita gente não entende esse pequeno pormenor... E acham que a educação de uma criança deve passar por entender que os ursos são seres que imitam os humanos, se vestem com tutus e andam de bicicleta numa arena com centenas de pessoas a assistir? Isso é simplesmente ridículo. O senhor Víctor Hugo que admita de uma vez que os animais que tem são apenas objectos lucrativos para ele. Se os ama tanto quanto diz, que os deixe ser felizes, não é acorrentados e sendo castigados dia após dia para aprenderem truques ridículos que o irão ser.
Gostava que as pessoas entendessem de uma vez por todas que os animais não nos pertencem, não são objectos de divertimentos e não temos o direito de os subjugar à nossa malvadez. Nem a eles nem a nenhum ser senciente. E antes que mais alguma alma iluminada dê o argumento ridículo das plantinhas também sofrerem e sentirem...

"Entende-se por ser senciente todo o ser que tenha a senciência como uma das suas características, ou seja, a capacidade de experienciar o sofrimento (seja a nível físico, seja a nível psíquico). Só os animais (embora nem todos) podem ser sencientes, na medida em que, tanto quanto se sabe, são os únicos seres vivos dotados de um sistema nervoso capaz de permitir a experiência do sofrimento. Por outro lado, a senciência pressupõe a consciência, num grau mais ou menos avançado, pelo que, quando falamos em seres sencientes, estamos também a falar em seres conscientes (e, eventualmente, em seres auto-conscientes)."
- Miguel Moutinho

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A Câmara Municipal de Lisboa captura e maltrata gatos à noite

Os moradores da freguesia do Castelo, em Lisboa, estão indignados e acusam a Câmara Municipal de Lisboa de maltratar os gatos de rua que deambulam naquela zona e que são tratados e alimentados pelos próprios moradores.
"Na madrugada de 23 de Abril, pelas três da madrugada, apareceu uma carrinha da câmara e começou a apanhar os gatos de uma forma bárbara e a atirá-los lá para dentro como se fossem mercadoria. Chegaram a partir as patas a um deles, que conseguiu fugir. Foi desumano", contaram ao CM Gabriela Ribeiro e Rita Silva.

Em 2006, cerca de duas dezenas de moradores e a junta de freguesia do Castelo celebraram um protocolo com a autarquia no qual se comprometiam a tomar conta dos gatos de rua da zona. "Quando os animais estavam doentes ou necessitavam de ser esterilizados, a câmara levava-os em caixas específicas para o gatil e aqueles que estavam em condições eram devolvidos. Desta vez os funcionários até gozaram com a nossa preocupação", dizem as moradoras.

"Tínhamos pedido uma intervenção da autarquia, mas estas coisas costumam ser agendadas. Não posso concordar que se recolham gatos de uma forma bárbara", contou ao CM Carlos Lima, presidente da junta do Castelo.

Contactado pelo CM, o gabinete de Sá Fernandes, vereador da câmara com o pelouro do Ambiente, explicou que "a intervenção aconteceu a pedido da junta de freguesia e dos moradores. Nós informámos a junta. Uma veterinária da câmara já tinha identificado vários gatos que não estavam ao abrigo do protocolo e que podem propagar doenças ou ser um chamariz para outros animais". A câmara disse ainda ao CM que está a investigar a denúncia dos moradores sobre os alegados maus tratos aos animais.

Curiosamente, esta recolha de madrugada aconteceu exactamente um dia antes de o autarca António Costa visitar o Núcleo Museológico do Castelo de São Jorge.

APONTAMENTOS

ALIMENTAÇÃO
Os moradores do Castelo compram ração seca para gatos e alguns patês em sacos de vinte quilos. Gastam uma média de 50 euros por mês para alimentar os animais da sua freguesia.

PATAS PARTIDAS
De acordo com os moradores, um dos gatos que os funcionários da autarquia tentaram apanhar ficou com as patas partidas e, apesar de lesionado, anda fugido da freguesia. Os moradores não conseguem tratá-lo.

ATROPELADO
No final de Abril um gato foi atropelado no Castelo pelas 23h00. Os moradores alegam que ligaram imediatamente para a câmara, mas que esta só recolheu o gato, que estava em sofrimento, às 14h50 do dia seguinte.

CARTA
No dia 4 de Maio os moradores do Castelo endereçaram uma carta ao autarca António Costa, mas ainda não tiveram resposta.

Os koalas têm sede

Devido ao incêndio muitos Koalas estão cheios de sede, é bom ver como a população tenta ajudar como pode.


domingo, 29 de março de 2009

Animais são capazes de fazer planos

A história quase que vale só por si. No jardim zoológico Furuvik, a norte de Estocolmo, na Suécia, o chimpanzé Santino terá planeado centenas de ataques aos visitantes. O animal recolhia pedras e pedaços de cimento que guardava e que, mais tarde, lançava às pessoas. A agressão premeditada serviu para provar que estes animais são capazes, como os seres humanos, de planear futuros acontecimentos. Um grupo de investigadores na Suécia usou o caso de Santino para o artigo que publicou na edição de ontem da Current Biology.

Terão sido os cuidadores de Santino no jardim zoológico que detectaram o comportamento estranho. Antes da abertura, de manhã cedo, o chimpanzé recolhia pedras no seu recinto. Santino estava calmo e conseguia reunir uma quantidade razoável de munições. Os ataques só aconteceriam horas mais tarde e, nessa altura, Santino já estava num estado bem mais agitado. A história serviu para Mathias Osvath, cientista da Univerisdade de Lund, demonstrar que estes animais são capazes de prever acontecimentos, um dado que ainda não tinha sido possível provar.

Há outros dados que reforçam a teoria da premeditação como, por exemplo, o facto de Santino não ter este tipo de comportamento na altura do ano em que o zoo está fechado. O chimpanzé terá mesmo desenvolvido uma técnica para fazer "descolar" pedaços de cimento que depois eram usados como arma de arremesso. Este tipo de planeamento de acção pressupõe uma complexa forma de consciência em primatas, nomeadamente a que permite distinguir entre a informação fornecida pela memória e a que é fornecida pelos sentidos. Os investigadores acreditam que estes estados de consciência podem ser encontrados noutros chimpanzés e mesmo noutras espécies animais como os golfinhos.
- In “Público”