sábado, 10 de maio de 2008

As verdadeiras vítimas da moda - em Portugal

Apesar de uma suposta evolução do ser humano, continuamos regidos por desejos irracionais, um dos quais é o desejo de sermos aceites e/ou melhores que os outros. O uso de peles é visto, na sociedade em geral, como um indicador de riqueza e poder. O uso de peles demonstra que temos dinheiro para as comprar, mas é certo que também demonstra que somos seres insensíveis ao sofrimento alheio. A meu ver, a riqueza de nada serve quando somos pobres de espírito e pessoas rídiculas. A verdade é que os imensos casacos de pele chegam a assustar-me, são provas da carnificina animal gerada por assassinos sem escrúpulos. A estilista Fátima Lopes teve ainda o desplante de afirmar "tenho pena dos animaizinhos, mas não sou eu que os mato". Mas não são só os animais raros que sofrem com tudo isto. Ouve-se dizer por aí "ah isto é apenas pele de coelho", como se tal invalidasse o facto de ser pele de um animal igual aos outros. A pele de coelho é um negócio extremamente lucrativo, chegam-se a criar coelhos mais pela sua pele do que para consumo da sua carne. Em Portugal, a situação é bastante grave, visto que as autoridades afirmam não ter conhecimento de quintas de peles em Portugal, mas a verdade é que elas existem, e, após serem denunciadas, algumas já foram fechadas (ainda que poucas, comparadas com o número de quintas existentes).

"Os investigadores cedo concluíram que, além da produção de pêlo de coelho, existiria outra produção de pêlo (chinchila, raposa, marta, etc.) em Portugal, mas apenas em sistemas de pequena a média escala, protegidos e escondidos pelo profundo secretismo dos indivíduos envolvidos neste." - ANIMAL

Os animais criados em quintas de peles vivem em pequenas jaulas, expostos muitas vezes a condições climatéricas extremas. Os seus movimentos são limitados, e a maioria acaba por desenvolver comportamentos indicadores de distúrbios mentais, como auto-mutilação e a repetição do mesmo movimento vezes sem conta. Para a sua pele não ser danificada, os animais são mortos utilizando métodos bastante dolorosos, entre eles: eletrocussão anal e vaginal, asfixia, quebra do pescoço, pancadas na cabeça. Isto quando não são esfolados vivos. Sim, é isso mesmo.

Para além das quintas de peles, há os animais capturados em meio selvagem através de armadilhas, que são proibidas na Europa. Porém, a sua venda não é proibida, e na Europa, inclusive em Portugal, há à venda peles que provêm de animais capturados em armadilhas nos Estados Unidos.

"Muitos casacos e peças de peles e pêlo são provenientes de animais cruelmente capturados no meio selvagem. Habitualmente, o que acontece é que estes animais, ao caminharem naturalmente no seu meio selvagem, acabam por pisar armadilhas propositadamente colocadas no solo para capturar estes animais. Ao pisarem as armadilhas, o dispositivo destas faz com que as mandíbulas de aço prendam as patas dos animais, rasgando a sua pele e carne e quebrando os seus ossos, ao mesmo tempo que os prende. Outro tipo de armadilhas tem um dispositivo que fecha as mandíbulas de forma a prender os animais pela cabeça ou pelo dorso, sendo comum os animais ficarem com a coluna e o pescoço partido pela força das mandíbulas das armadilhas, o que lhes causa um sofrimento atroz, que se prolonga devido ao facto dos animais não morrerem instantaneamente." - http://pensologosou.no.sapo.pt


"Os animais permanecem na ratoeira cerca de 15 horas, antes de serem estrangulados ou mortos à paulada. Um lince-do-Alasca esteve com a pata presa numa armadilha durante seis semanas. Conseguiu manter-se vivo tanto tempo porque outros animais do seu grupo familiar lhe levavam comida." - http://respeitaranimais.wordpress.com/

Número de animais usados para fazer um casaco de peles de comprimento médio:
125 arminhos
100 chinchilas
70 martas-zibelinas
50 martas canadianas
30 ratos almiscarados
30 sariguéias
30 coelhos
27 guaxinins
17 texugos
14 lontras
11 raposas douradas
11 linces
9 castores

Vídeo sobre as quintas de peles em Portugal:


Vídeo com imagens chocantes do comércio de peles:

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